Vocês! É, vocês mesmo que seguiram suas vidas e me deixaram aqui sozinha
arrumando a baderna que vocês fizeram. Vocês, que hoje me olham com
olhar de piedade, dó, pena e sei lá mais o que. É, vocês mesmo, que
nunca voltaram depois da tempestade para escutar o que eu tinha para
falar, para escutar os meus trovões. Fico feliz que cada um de vocês
tenham seguido os seus caminhos, mas fico puta quando lembro de toda a
sujeira que eu limpei sozinha. To com um nó engasgado na garganta só
pelo fato de não achar justo os mais errados estarem mais felizes. Hoje
eu sei que não fui eu quem perdi, foram vocês quem perderam. Foram
vocês.
Você, que tinha tanto medo de ser traído e acabou conhecendo alguém que te tornou o corno mais humilhado de todos.
Você, que o que tem de marrento tem de covarde e frouxo.
Você, que se acha tão maduro, que se acha o hominho e continua embaixo das asas da mamãe.
Você, que procura tanto a perfeição e não se esforça pra tentar, ao
menos, ser perfeito por dentro. Mas com você eu vou pegar leve, afinal
de "amigo" a gente não fala.
E por último você, o mais burro, o mais imaturo, o mais medroso/covarde,
o mais moleque, e o que eu mais gostei de todos, e olha que não foram
poucos. Isso mesmo gostei, amor eu aprendi a guardar unicamente para
mim. Você é burro e sabe que jamais irá encontrar alguém como eu nesses
lugares quentes e apertados que você frequenta, pelo menos é para isso
que eu rezo todos os dias. Imaturo também, todas as responsabilidades
de um homem nas suas costas e você aí, se comportando feito um moleque. É
medroso e covarde sim, tem medinho do amor, tem? Enquanto ninguém
demonstrava sentimentos estava tudo azul com bolinhas cor-de-rosa, foi
eu dar o primeiro passo pra ver neguinho correndo pra longe. E
infelizmente foi o que eu mais gostei, mas como diria minha mãe:
"desgraça pouca, é bobagem", não é mesmo? Gostei de você mais do que a
mim mesma. Apesar de nunca ter dito com palavras, você sabia, o meu
olhar dizia, os meus gestos falavam, o meu corpo inteiro gritava.
Eu só quero que todos vocês saibam, que não, eu não desisti do amor, e sim, eu continuo quebrando a cara a cada tentativa desesperada de ser feliz. Mas uma hora dessas, de tanto procurar o (como diz Martha Medeiros) 'the big one',
eu acho. Aí sim eu vou querer ver as caras de otários de vocês.
Enquanto isso me poupe desse olharzinho superior com um ar de dó, porque
se alguém aqui deve sentir dó, esse alguém sou eu.