segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Vc nao sabe de nada!


Escrevo para você, que acha que tenho uma vida perfeita. Vem aqui, deixa eu te contar alguns segredos que talvez nem sejam tão secretos assim. Não sei por qual motivo a gente tem a sensação de que a grama do vizinho é mais verde, que a vida do outro é mais interessante, movimentada, feliz. Todo mundo tem lá suas glórias e deslizes.
Durante muito tempo tive um grave problema para aceitar quem eu era. Talvez fosse medo, covardia, insegurança. Talvez fosse um sentimento sem nome. Talvez fosse essa minha fome exagerada de viver. O fato é que minhas escolhas dizem quem eu sou. E hoje, com mais de 30, me sinto segura ao dizer que fiz certo o que muitos pensaram que era errado.
Eu já sofri muito com os desamores. Me apaixonei por pessoas erradas, me perdi de mim, culpei pessoas por uma infelicidade que morava no meu peito. Que bobagem, o que é nosso é nosso, é maldade jogar nas costas do outro uma coisa que te pertence.
Sofri bullying na escola quando era pequena. Meu rosto cheio de sardas eram motivo de piadinhas fora de hora. Depois eu superei. Perdi alguns amigos, fiz outros. No meio disso tudo descobri que mesmo o teu melhor amigo um dia vai te magoar e te deixar na mão. Faz parte da vida, do aprendizado e da construção da personalidade, afinal, a gente uma hora precisa entender que ninguém é perfeito.
Já me desentendi com familiares e depois de anos fiz as pazes. Já bati muito a porta do meu quarto, quando ainda morava com meus pais. Já briguei com meu pai por motivos fúteis. Já fiz mal criação, já fui mocoronga, já foram mocorongos comigo. E sobrevivi mesmo assim.
Gastei alguns dinheiros na sala do analista e descobri que faz bem e é bom. Mas também percebi que ninguém, ninguém mesmo, te salva. É você e você mesmo. E a gente precisa, sim, urgentemente aprender a conviver com todos os fantasmas que habitam nossa morada interna.
Já quis ser muitas coisas, hoje quero apenas ser quem eu sou e ainda assim me divertir. A vida é muito curta pra ficar de cara amarrada e arrumar problema em cada esquina. Quero mais é ser leve. E livre.
Aprendi que a vida fica bem mais colorida depois que a gente realiza um sonho. E que sonhos são muito, muito poderosos. Se a gente acredita e batalha, eles acabam acontecendo, por mais que demore anos.
Hoje posso dizer que me descubro cada vez mais. E agradeço por isso. A gente precisa se descobrir todo santo dia, de alguma forma, por outro ângulo. Acredito que tudo tem solução, sempre tem uma saída, sempre existe uma perspectiva. E acho que isso me dá força pra seguir em frente quando encontro algum obstáculo. Sei que nada vem de graça, mas acredito que ainda existe uma certa bondade nas pessoas, basta a gente procurar o melhor delas.
Não sou rica, mas vivo bem. Minha conta às vezes fica no vermelho, depois rosa, azul, verde. É um arco-íris. Já magoei e me magoaram. Já perdi quem era importante na minha vida. Já enfrentei doenças e tragédias na minha família. Já pensei que fosse morrer mais de uma vez. Luto diariamente contra uma Síndrome do Pânico e uma psoríase no couro cabeludo, mas entendo que certas coisas acontecem apenas para mostrar o quanto somos valentes. É por isso que não reclamo, aceito e entendo que um dia as coisas vão melhorar.
Demorei vinte e poucos anos anos para encontrar e conhecer o amor. E percebi que ele chegou quando eu estava preparada, calma, serena, sem pressa, sem desespero, sem ânsia. Ele me mostrou que é poderoso e que dois são sempre mais fortes do que um.


Por Clarissa Correa

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ainda somos nós


Muitas pessoas já cruzaram a minha vida. Algumas permanecem até hoje, outras passaram como um vento e você...você se foi, mas não passa nunca. Nosso amor nunca foi fácil, desses que você vê andando de mãos dadas pelas ruas. Sempre escondido, proibido e mais forte que tudo e todos. No pouco tempo que durou, se fez eterno. Você é mais parte de mim do que pessoas que eu conheço a tantos anos e vejo quase todo dia. Hoje você tem sua vida, eu também tenho a minha e não é justo dizer que não somos felizes. O tempo passa, as coisas mudam de lugar, mas nossa história continua ali, fazendo sorrir de vez em quando. O pior já foi, as lágrimas já não se jogam, mas ás vezes ainda me escapa uma ou outra. Tua presença ausente, tua partida presente, uma saudade boa, mas que dói. Você se foi, mas de alguma forma, em algum canto do peito, ainda somos nós. Talvez nunca deixemos de ser.

Toda ressaca passa..

Das ressacas, tive a pior, a ressaca moral. Sem remedinho, repouso ou simpatia pra passar. O telefone de um lado, o orgulho do outro. Um filme da noite passada, sem final feliz. Eu sem você. O mundo me apontando o dedo, como se já não bastasse o meu. Acabou o café, acabou o sono, acabaram as desculpas pra não sair e encarar o mundo. Só que, por sorte, acabou também minha paciência de ouvir lição de moral de quem não tem moral faz tempo. Fiz porque eu quis e faço de novo, quando me der vontade. Foi assim que eu saí pela primeira vez depois do ocorrido, dando a cara a tapa, com meu melhor batom, uma roupa escolhida a dedo e um foda-se na ponta da língua. Não economizei grosseria, tô cansada de poupar pessoas que não se esforçam o mínimo pra me poupar de nada. Anota aí grossa na sua lista de julgamentos, joga na minha cara outro dia, numa próxima oportunidade. Quem não erra? Faça-me o favor, pra que tanta rispidez por eu ser humana? Podia comprar uns pães e usar o saco na minha cabeça, pra me esconder de toda essa falação, mas eu não ia conseguir me esconder de mim, então deixei pra lá. Só continuei ereta e me vesti de deboche.Porque não vale a pena, ninguém tava falando pra me ver feliz, era só pelo prazer de julgar, só queriam o gostinho de me ver na pior e isso eu não podia dar. Voltei pra casa e o telefone continuava me encarando, mas nada de tocar. Tá querendo que eu ligue? Pode desistir. Se ninguém mais se arrependeu nessa história, não seria eu quem iria inaugurar. Não sou de deixar pra lá, porque esse “lá” é sempre algum lugar dentro de mim e as coisas me assombram por anos. E sou impulsiva demais pra fazer o papel de vítima, nunca encarno o personagem e acabo me desculpando por coisas que eu nem fiz, só pelo hábito de ser vilã. Peguei o celular, depois de muita luta, deixei mensagem: “Não sou de cobrar, acho que as coisas tem que acontecer num fluxo natural. O que te cobrei, porque me doía a ponto d’eu atropelar minhas regras, te deixei faltar. Deixei, talvez, porque você me faltou demais e pra preencher teus espaços precisei de mais que textos, músicas e saudade. Se alguém chegou, foi porque você deu espaço. Eu não soube distribuir as vírgulas, porque sou assim, saio atropelando tudo, sem pausa, errei. Ainda tenho moral porque não fiz nada por aventura, fiz por desamor. E quando se trata disso, pra todo erro há uma absolvição. Não sei você, mas eu me perdoei. E me basta, porque de alguma forma absurda e irônica, fui a maior lesada dessa história toda. Mas me perdoei.” E deitei de consciência tranquila. A mensagem tinha sido meu remédio. Não contei pra ninguém essa história, muitos opinam e repassam boatos por aí, mas poucos sabem com detalhes o que realmente aconteceu. Sou muitas e todas elas são exigentes e críticas, então já enlouqueço sem ajuda,não preciso de outros donos da verdade. Não contei porque não interessa. Só vacilei, fiquei mal, encarei minhas consequências, deixei meu desabafo com quem merecia talvez uma breve explicação e dei sequência na vida. Toda ressaca passa, depois a gente procura por outra e por outra. Que também vão passar. Vomitei meu último foda-se e fui dormir, em paz.



Por Marcella Fernanda

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

As verdades que nem sempre a gente diz!!


Eu não sou quem você pensa. Sou orgulhosa, exibida, não sei dizer não, detesto passar roupa, não lavo a louça no dia em que faço as unhas, tenho preguiça de gente lenta, penso sem parar, engato um assunto no outro, vivo com as pernas roxas, pois sou estabanada. Detesto pimentão, abacate, arroz doce e tomate seco. 
Gosto de abraçar apertado, beijar estalado, olhar no fundo do olho até desvendar a pessoa por inteiro. Já me enganei muito com as pessoas, já menti, já falei o que não devia, já meti os pés pelas mãos, já fui imatura e sem noção. Já saí na rua de cabelo sujo, unha descascada e perna cabeluda. Já tentei ser uma super mulher e desisti dez segundos depois. Já tentei seduzir e fazer jogo, mas não combina comigo, meus olhos sempre me entregam e eu começo a rir quando faço tipo. Nunca usei ninguém e detesto ser usada. Nunca traí nem fui desleal, palavra pra mim é coisa séria. 
Meu lado criança acha que um dia vai mudar o mundo. Meu lado adulto também. Não jogo lixo na rua, mas não desligo a torneira enquanto esfrego um prato na pia. Prefiro cachorros, mas acho bonito o jeito que os gatos se movem. Adoro animais em geral, menos insetos e animais que são pegajosos. E não vou muito com a cara do passarinho que começa a cantar às três da manhã.
Já plantei árvore, já escrevi livros e quero ter um filho. Antigamente, queria dois ou três. Hoje acho que só quero um. Já gostei de pessoas e elas já gostaram de mim. Já iludi pessoas para deixar o meu ego de bem com a vida. Sim, eu sei que isso é horrível, mas eu tinha vinte anos e naquela época me achava a rainha da cocada preta. Já fui iludida por pessoas que queriam deixar seus egos de bem com a vida. É, o mundo gira e a gente sempre leva o troco.
Adoro chorar em filmes. E já fiquei me olhando no espelho enquanto chorava. Treinei tanto que hoje posso afirmar que choro bonito. Já passei trote, já apertei na campainha e saí correndo, já enchi de desaforo pessoas que não mereciam. 
Detesto perder quando estou jogando cartas ou qualquer outro jogo. E se perco mais de uma vez seguida sinto vontade de parar de jogar. É, eu não sei perder, confesso. Não gosto quando alguém não gosta de mim. Não gosto quando falam mal de mim. Não gosto quando sou criticada. Mas aprendi a lidar com isso, hoje procuro estar com minha consciência tranquila. E entendo perfeitamente que é impossível agradar a todos. 
É claro que é bom ser amada. Quem não gosta de um confete e serpentina? Mas prefiro sinceridade. Prefiro que você diga que não gosta de mim do que vir aqui, sorrir um sorriso quase sincero, virar as costas e falar mal. 
Nasci pra ser livre, mas preciso saber pra onde voltar. Gosto do meu aconchego, meu porto-seguro, minha paz. E encontro tudo isso na minha família. Descobri que o amor só vem quando a gente começa a curtir a própria companhia, afinal, para se entregar para alguém é preciso saber exatamente quem você é (e ainda assim ser feliz).

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Que valha a pena,é so isso que eu espero!

Nunca fui de me arriscar e sair pisando em falso, andando onde não tem chão. Mas você parece ser firme e eu quase me jogo, apesar dos pesares. Porque eu te olho e vejo tanta coisa linda, mas vejo principalmente minha possibilidade de felicidade. Alguma coisa me diz que é você e eu não posso ignorar.Minha paz tão perto de mim, como eu posso virar as costas e fingir que nada aconteceu? Eu tô morrendo de medo sim, querendo mil equipamentos de segurança pra poder cair em você, sem dor. Mas não cair em você, isso eu não cogito, não consigo, ia me torturar pra sempre e não faria sentido trocar dor por dor. Toda a minha inquietação, loucura e meus debates comigo mesma se calam quando você me olha assim, pra gente poder se invadir em silêncio, em paz. Não sei de onde vem, mas alguma coisa dentro de mim grita que dessa vez pode ser diferente e meu corpo já se decidiu por mim, decidiu colar no teu. Não pude pensar muito, enquanto eu fazia a milésima lista dos prós e contras e calculava uma ultima vez a probabilidade de dar certo, você já tava em mim e vice-versa. E o bem que você me faz, tá acima de qualquer lista, medo ou probabilidade. Que seja o que Deus quiser e que, da melhor forma possível, seja realmente diferente. Que valha a pena, que valha o risco. É só o que eu espero.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

‎"E DEPOIS DE UM TEMPO EU ENTENDI QUE ESQUECER NÃO SIGNIFICA IGNORA UMA CHAMADA NO TELEFONE,NEM EVITAR REENCONTROS CASUAIS.
EU DESCOBRI QUE QUANDO VOCÊ ESQUECE,ATENDE O TELEFONE E SUA VOZ NÃO FALHA,QUE REENCONTROS CASUAIS NÃO MAIS FAZIAM AS PERNAS TREMEREM.
EU DESCOBRI QUE O LADO MAIS TRISTE DO AMOR,É NÃO SENTIR MAIS NADA."

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

E se não der tempo?


Senti um medo hoje, coisa que não vinha sentindo a tanto. Deparei-me com a rotina tão desgastante, tão impaciente e tão... Egoísta. Não sou eu e nem é você, é o tempo. Que vai passando, vai trazendo, vai levando, vai marcando e apagando. É ele. Passa, traz, leva, marca e apaga tudo isso sem nem bater na porta ou pedir permissão para entrar, sem nada, como poucos e nem tão bons assim, ele não usa de palavras, mas sim de ações. Desesperador. Você não tem saída, muito menos escolha, você não tem opções e nada depende de você, porque independente de qualquer coisa dita ou feita, ele nunca muda, ele só tem um ciclo, ele passa. Estranho é escrever sobre o tempo, estranho é o sentir passar, estranho é conviver com ele, sábio é tentar aprender com isso. Você está com o que hoje? 13 anos? 18? 27? 32? 48? 76? 101? Você vê, ele lhe roubou umas coisas e lhe deu outras, sabedoria felicidade amizade rancor mágoa... Rugas? Sinais. Só tive medo então, de não ter tempo.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Voltar é partir o coraçao duas vezes!


Como voltar para um lugar onde você já foi feliz? Ainda mais se esse lugar for o colo do seu ex-namorado. Não terminou porque acabou a paixão. O sentimento simplesmente esfriou e o ineditismo da vida moderna obrigou a mudança. A gente precisava mesmo conhecer outras pessoas, ter certeza das nossas vontades. Meu medo era que, se continuasse como estava, perderíamos a amizade que tanto nos uniu. Que dilema terrível esse. Os relacionamentos passam por uma fase que, se você insiste, corre o risco de desgastar a convivência que evite até um olhar posterior. Se terminar com o respeito e o carinho ainda existentes, o risco é da paixão não findar, apenas adormecer.Você mexe comigo, mas e agora? Você é quem eu conheci? Se não é, está melhor ou pior? Lógico, só saberei se tentar, mas não foi apenas o recuo dos nossos corpos que provocou o término. Foram algumas diferenças também. Nesses dois anos eu amadureci bastante. E você? A gente teve tantos momentos bons, várias “primeiras vezes”, inúmeras descobertas. O problema é eu querer viver tudo de novo, mas aí me dou conta de que “segundas” ou “terceiras” vezes não são tão legais assim.Muita coisa facilita. A gente já se conhece, se entende no tato, o almoço de domingo com as famílias será como um flashback. A nossa essência permanece a mesma, mas será que vamos nos apaixonar por quem nos tornamos? Somos diferentes agora, tudo será uma reconquista e, claro, também há o risco de dar certo. Mas como saber?O pior de tudo é deletar o HD da entressafra. Nesses dois anos eu e você tivemos histórias. Relacionamentos que transformaram nossa personalidade. A pergunta é: Conseguiremos conviver com elas? Duro saber que entre “eu” e “eu novamente”, existiu outra pessoa que te fez feliz. Sexualmente, inclusive. E um truque novo que você me mostre na cama, aprendeu com quem? Aquele restaurante que você vai me levar para comemorarmos um ano da nossa volta, três no total, sei lá, uma celebração da nossa conta confusa, mas também pelo fato de estarmos juntos. Qual delas você trouxe aqui? Será uma insônia diária.Voltar com alguém faz a gente pensar em reviver os momentos bons e apagar os ruins, afinal aprendemos com eles. Esquecemos que o retorno provoca expectativas na sua pior forma: vazias. Elas nunca se cumprirão. Quando você volta ao lugar onde nasceu e cresceu, tudo está diferente, o prédio, a casa, a rua, as pessoas. Pode ser que esteja tudo no mesmo lugar, mas certamente com uma pintura de outra cor, uma grade de proteção a mais ou uma árvore que você não lembra. Nem as pessoas são as mesmas, pois elas também se modificaram. Estamos sempre construindo a nossa história e a ruptura nos deixa marcas muito individuais, impossível de compartilhar o aprendizado. Ao voltar, tentamos ser quem já não somos mais e a frustração é inevitável. Voltar é partir o coração duas vezes.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Deixa o o tempo ver

Queria que você entendesse que eu nunca quis cortar suas asassó queria voar do seu lado. Que você não me visse como nenhum tipo de ameaça, eu seria incapaz de te causar qualquer mal. Mas se você acha o céu pequeno pra nós dois, prefere esse vôo solitário, o que eu posso fazer né ? É uma decisão que não cabe só a mim. Aliás, terminar ia ser uma atitude egoísta da minha parte, decidir assim por nós dois, isso é uma coisa que também não cabe só a mim. Mas ia ser justo eu ser um pouco egoísta, já que você foi durante toda a nossa relação. Mas sabe o que eu não quero ? Daqui a um tempo olhar pra trás e ficar me perguntando como teria sido, essa tortura do E Se eu não quero mesmo. Dói com você, dói sem você, não tenho visto muita diferença. O tempo que eu vou levar pra superar nosso fim pode ser o tempo que levaria pro fim acontecer sem dor, caso continuarmos juntos. Quem sabe ?Então que a gente termine tão naturalmente quanto começou. Não vou mais forçar esse fim, dói tanto, e quer saber ?Não quero mais dor, essa é a minha escolha ! Não escolho você, nós, o fim, o começo.. escolho a não-dor e o que ela trouxer junto. Quando der, a gente se vê, quando não, não vou mais me importar. Hoje eu tô afim de voar também, bem alto. Então faz assim, entra e fica a vontade, mas deixa a porta aberta!!

Só quero ser criança

Sabe o que acontece ? É que quando você conhece o verdadeiro valor do amor, você sabe que não vale a pena sair desperdiçando com qualquer pessoa. Ser solteira deixa de ser uma opção, vira a única saída.Ficar se gastando com quem é pequeno é tão cansativo. E ter que ficar ensinando o que é amor, respeito, cumplicidade... quero aprender, pra variar um pouco. Quero ser a pessoa que erra, não a que perdoa, sabe ? Pelo menos por um momento. Quero um colo, um conselho, um amor-amigo. Não quero ser mãe de ninguém, nem namorada-e-só. Quero contar o meu dia, falar do meu passado e do meu futuro sem ter que me policiar, sem dogmas, sem receios, sair falando sem parar. Quero olhar nos olhos e me sentir compreendida, sem precisar ficar me explicando sempre. Ás vezes me sinto uma criança brincando de ser adulta. Eu quero ser a criança brincando de ser criança. Não conseguir o que eu quero e chorar, ficar perguntando o porque das coisas. Quero isso, alguém que me deixe ser pequena, sem nunca esquecer o quanto eu sou grande. Não sou professora de sentimentos, UTI de corações partidos, dona da verdade. Sou só a criança, percebe ? Só a criança.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sé e pra sofrer...que seja logo

Você me ensinou a ser mais fria, não sei até que ponto isso é bom ou ruim. Vou guardando tanta coisa, trancando mil sentimentos dentro de mim. Mas e quando eu explodir ? Será que você suporta ? Será que você conseguiria se adaptar a mim também ? Será que você consegue nadar na minha enxurrada? Tem que ser muito forte pra ser fraca só quando chegar em casa, só antes de dormir. Será que você é forte
 também ? Já nem sei quantas vezes eu disse que não voltaria atrás e voltei, perdi as contas dos nossos quase-fins. Eu só queria que você estragasse tudo de uma vez, sabe ? Porque é isso que eu acho que você vai fazer, mais cedo ou mais tarde. Queria que fosse logo, chega de adiar essa dor. Me obriga a sair dessa, me deixa sem opção. Sozinha não dá. Acaba com essa loucura de querer você de qualquer jeito, a qualquer hora. Me prova de uma vez por todas que você não tá pronto pra isso, corta de vez minhas esperanças que, por mais que eu não regue, insistem em permanecerem vivas. Um fim sempre dói, muito, mas quer saber? Já que é pra doer, que seja à vista. Parcelado sempre vem com juros.

Tantos caras por ai...

Quer saber uma verdade ? Quando você ama uma pessoa ausente, a saudade esmaga no início, dói de verdade, mas uma hora, como tudo na vida, você se acostuma. Mais cedo ou mais tarde, se acostuma. No começo você quer saber como foi o dia dele, deseja a cada segundo que ele estivesse por perto, vai de cinco em cinco minutos fuxicar as redes sociais. Até, enfim, não sentir mais nada. Por muito tempo eu
 me convencia todos os dias que sua ausência era temporária, necessária pra sua vida voltar pro lugar, que você também tava morrendo de saudades e querendo que isso acabasse logo. Por muito tempo eu fechei meus olhos pro fato de você ser ausente e ponto, sem desculpinha. Pro fato de você não sentir saudade merda nenhuma, porque eu me viraria do avesso pra gente se encontrar dez minutos e você não movia nem um dedo pra isso. Hoje, liberta do meu vício de você, eu vejo que sua ideia de amor, relação e carinho são um tanto quanto vazias, banais. Hoje percebo que você sempre me deu pouco, porque talvez seja seu máximo a oferecer. Sua vidinha vazia te faz feliz porque ela não te cobra maturidade, você pode ser moleque em paz. Tanto cara por aí, tanta vida pra eu entrar ainda, e eu esse tempo todo deixando o mundo escapar pra tentar prender você. Você acha que voa alto, e morre de medo de entrar em gaiola. Na verdade você nem voa, filhote não sai do ninho, esse sempre foi nosso problema. Quem voa sou eu. Agora eu sei. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O grande dia!


Olha, eu quero te pedir pra parar com isso. Não dá mais, não está certo, desse jeito você vai acabar muito machucada. Não quero que você fique ferida ou que as cicatrizes fiquem latejando feito loucas. Você tem que superar, tem que seguir em frente, tem que deixar certas crenças lá atrás, no passado.
Nós sabemos que expectativas demais não fazem bem a ninguém. Muito menos a você, que é tão sensível. Pensei que você tivesse amadurecido um pouco, virado mais mulher, mais adulta, mais firme. Mas não. Você continua aquela criança que gosta de ganhar, que não aceita cara feia, que se magoa com um tom de voz mais elevado, que acha que qualquer coisa é motivo de tristeza. Você continua aquela adolescente com um quê de melancolia no olhar, que sente vontade de bater portas e gritar palavrões quando é contrariada. 
Está mais do que na hora de você crescer e encarar a vida de frente. Ninguém vai te ajudar, ninguém é seu porto seguro, sua salvação. Ninguém é seu amigo de verdade. É isso mesmo, as pessoas são egoístas e pensam nelas mesmas. Pensar só nos outros não vai te levar a nada, só vai te trazer mais frustração e sofrimento. Para com isso, por favor, para com isso. Viva a sua vida, deixa a vida do outro, deixa que ele resolve o problema dele, ela resolve o problema dela. Todo mundo é bem grandinho e se não for a vida ensina. Por favor, se preocupe com você, com a sua vida, com seus sonhos que foram assassinados, com seus planos que foram cortados com tesoura e não podem mais ser remendados e colados com cola em bastão. Por favor, deixa os outros pra lá, você não vai salvar ninguém. É sério, não vai. 
O mundo lá fora é duro. É cada um por si, é selva, é luta, é intriga. Pega teu escudo e abre a porta, vai pra guerra, vai pra vida, não olha pra trás. Guarda as lembranças em algum cantinho da memória e do coração, cuida bem deles e vai. Para com isso, não fica querendo voltar, resolver as coisas, o que tem que ser será. É isso que dizem e você tem que acreditar em tudo isso. Para, para, chega. Muita gente pode rir junto, contar piada, chorar junto, até mesmo impedir algumas lágrimas, mas ninguém vai te conhecer por inteiro. Ninguém. As pessoas estão preocupadas demais com suas próprias vidas. Se dizem "amigas", mas não são amigas, a gente sabe bem disso. São conhecidas, parcerias de vodka, companhias de cinema, confidentes. Mas não seriam capazes de imensos sacrifícios por você. Quer saber? Quem faz sacrifício é a sua família - e olhe lá. Quem se sacrifica mesmo é sua mãe, seu pai - e olhe lá. Tem muita mãe e muito pai que não se importam com nada. Você está sozinha, entenda. Sozinha. Não existe amigo, conhecido, homem, mulher, nada que vai te salvar. Nada te salva do grande dia. O grande dia em que você resolve passar a sua vida a limpo e entender quem você é.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mas por favor,nao mexa em nada

"Tudo o que fiz no passado, ficou pra trás. Não aceito que me julguem por coisas que fiz anos atrás, pela minha falta de experiência, falta de maturidade. Todo mundo erra, eu errei. Acreditei e confiei em quem não devia. Dei valor a quem não merecia. Errei muito. Aprendi em dobro. Mudei bastante de uns anos pra cá e, não aceito que mexam na minha bagunça. Se quiser entrar na minha vida, fique à vontade, mas por favor, não mexa em nada."  

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A gente sabe o que merece!


Meu Deus, como eu era volúvel! A cada semana me apaixonava por um. Sofria feito louca, chorava, esperneava, fazia maluquices. Muitas vezes pensei que o problema fosse comigo. Eu devia ter um gosto esquisito, um dedo podre, um imã que atraía só os homens problemáticos, inseguros, comprometidos, confusos. E quer saber? O problema era comigo, sim.Uma vez a minha mãe me disse que eu adorava inventar um problema, um motivo para chorar. Pensei que ela estava desequilibrada. Que nada, a doidona era eu. Meu primeiro “amor” foi algo impossível. Meu segundo eu nem lembro. O terceiro...esqueci o nome. Eu tinha amores semanais, mensais. E depois esquecia, arrumava outro para ocupar aquele lugar que na verdade nunca foi ocupado. Mas uma hora a gente cansa de bater na porta de quem não abre.Sentia que merecia mais. Sentia que desperdiçava tempo e lágrimas. Mas também sentia uma carência absurda, por isso me jogava em qualquer relação. E normalmente, acredite, elas eram destrutivas e  estragadas.Já me contentei com pouco, já recebi migalhas, já implorei por minutos de atenção, já ouvi que o cara ainda era apaixonado pela ex. E mesmo assim insisti, pois achava que eu tinha o poder de fazer o outro esquecer um grande amor. Que bobagem, a gente não tem poder nenhum.Me dei conta, depois da vida me estapear a cara diversas vezes, que quem te quer faz o possível e o impossível para ficar contigo. É simples. Não é complicado ou complexo, não. A gente é que coloca vírgulas, exclamações e interrogações. Mas o amor de verdade é cheio de reticências, de continuidade. Porque você quer. E a outra pessoa também.Uma relação pra dar certo tem que ter sintonia. Os dois têm que caminhar na mesma direção. Não adianta você querer puxar o outro pela mão. Tentar carregar no colo. Dar uma carona. Arrastar pelos pés. O outro tem que querer ir.Tudo bem, eu sei que existe muita gente que faz uma coisa e diz outra. O cara diz que não te quer, mas aceita ir ao cinema. Então eu me pergunto: é isso que você quer? É esse tipo de relação que espera ter? Me desculpa, mas eu quero alguém que diga e faça.Não sou mais aquela adolescente desesperada por atenção e algum tipo de afeto. Eu cresci e meu pensamento amadureceu. Não mereço uma pessoa que não sabe o que quer. Mereço certezas. Mereço que seja recíproco. Não quero alguém que me bajule o tempo todo. Não precisa abrir porta de carro, oferecer diamantes, pagar o jantar. Só precisa ser sincero. E real. E, principalmente, se entregar por inteiro. Porque não estou aqui para receber metade de nada. 

Sinceridade nem sempre é tudo


Todo mundo está careca de saber que viver é acumular experiências e evoluir. É uma pena que tem gente que segue parada, sem tomar conhecimento da própria vida. As coisas acontecem rápido demais e muitas vezes precisamos tomar uma decisão num piscar de olhos. Cazuza já dizia que “o tempo não para”. E ele nunca vai parar para que você ajeite as melancias dentro do seu caminhão.
Sempre tive uma pressa, uma urgência em viver. E em falar. Falava sem pensar, agia por impulso, morria um pouco todo dia com essa forma doída de viver. Mas aprendi, de uma forma dura, que não sou melhor que ninguém só por dizer o que penso. A gente precisa falar com jeito, cuidar pra não ferir o outro. Por mais intimidade que você tenha com seu amigo, seu namorado, sua mãe ou sua prima você tem que medir as palavras. Não dá pra vestir a camisa 100% Sinceridade e sair por aí disparando tiros de verdade pelo mundo afora.
Minha avó sempre disse duas coisas “quem fala o que quer ouve o que não quer” e “o que arde, cura”. Demorei um pouco para entender o real significado disso, afinal, qual criança gostava de passar Merthiolate no joelho ralado? Hoje eu entendo tudinho que ela quis dizer. Imagina se todo mundo falasse o que pensa? Eu não teria amigos, você também não. Provavelmente, seria deserdada por meus pais. Não ia conversar com ninguém, nem com o seu Carlos, que faz o melhor pão aqui da avenida.
Sinceridade é bonito, mas a gente não pode trocar as bolas e confundir as coisas. Ser sincero não é ser mal educado. Não é ser grosseiro nem cruel. Não sou tão sincera assim. Não tenho coragem de agredir uma pessoa gratuitamente. Fulana, você ficou parecendo um bicho com esse botox. Beltrana, não adianta ser bonita e vazia. Dona Maria, a senhora não tem mais idade pra usar uma saia curta desse jeito. Entende a diferença? Tenho uma amiga que não percebeu que cresceu, que já é uma mulher, que não dá pra passar a vida fazendo festa e pegando tudo que se mova. Temos uma super abertura, mas cada um faz a sua escolha, não posso tomar goles de sinceridade, abrir a boca e sair dizendo o que eu acho. Mesmo porque o que é errado pra mim pode ser certo pra outra pessoa. Acho complicado opinar, dizer que tem que ser assim ou assado ou de tal jeito. Cada um tem o seu jeito e vive da forma que acha adequada. Ou da forma que sabe.


De maos dadas!


Tomei uma decisão definitiva: vou parar de reclamar da vida. Não adianta emburrar, se queixar, ficar com rugas antes da hora. A coisa é bem simples: existem coisas que a gente pode fazer e outras que a gente não pode. O que depender de mim eu faço. O que depender dos outros, bem, daí é com os outros. E isso inclui você.Eu cansei de esperar. Tudo bem, eu sei que a gente sempre espera (e por isso se ferra). Mas é inevitável. Penso que se eu posso fazer algo, você também pode. Por mais atolada de trabalho que eu esteja, lembro de você, quero saber se você está bem, se o resfriado melhorou, se você não pegou chuva, se o almoço estava bom. Desculpe, eu sou assim. É por isso que te ligo, é por isso que quero saber do seu dia, do negócio que deu certo, da reunião que atrasou, do trânsito infernal.Tem uma diferença grande entre carinho e grude. Nunca fui grudenta, mas sou bem carinhosa e preocupada. Então, por favor, não me olhe com essa cara quando eu disser poxa, você não me mandou uma mensagem hoje. Sabe por quê? Porque vai ser sempre assim. É a eterna guerra dos sexos. Não, eu não sou feminista. Inclusive, volta e meia me acho até machista. Mas homens e mulheres diferem muito na demonstração de afeto. Pra gente, afeto é lembrança. Você está ocupado? Tudo bem, quando for fazer cocô mande uma mensagem de texto. Quando abrir o seu email mande um “eu te amo”. Quando estiver almoçando ligue “oi, é só pra mandar um beijo”. São coisas simples. Mas que importam. Que fazem com que nosso dia fique melhor.Seu dia foi cheio de reuniões? Tudo bem, a gente entende. Mas todo mundo tem 2 minutos para uma ligação rápida, um email,  uma direct message. Se você pode tuitar bobagens, pode mandar uma mensagem de amor. Se você tem tempo de entrar em uma rede social, pode dar um oi rápido. Por favor, não cometa a atrocidade de dizer que seu dia foi cheio se você marcou presença nas redes sociais. Ok, eu sei que hoje em dia a gente trabalha com muitas janelas abertas. Mas todo mundo tem tempo para um entretenimento the flash. Então, você também tem tempo para um sinal de vida.É bonito manifestar sentimento. E é feio só querer receber. Receber abraço, beijo, comidinha gostosa, carinho, cafuné. Na vida, a lei é clara: a gente dá e recebe. É uma via de duas mãos. Você faz, você leva. É claro que ninguém tem que fazer por merecer, mas em uma relação a gente tem que se preocupar, sim, com as necessidades do outro. E se o outro se sente mais amado com um bilhete, uma surpresa, uma flor, uma carta, um email querido, uma mensagem romântica, não custa nada ser gentil. É bom agradar quem a gente ama. O ruim é ser egoísta e só pensar nas próprias necessidades. Mesmo porque a gente deve pensar o seguinte: é agradando o outro que eu agrado a relação. Se o outro está feliz, ele vai querer a sua felicidade também. Dizem que uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto, certo? 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A vida não é um conto de fadas

“Aprendi a não me arrepender quando a culpa não for minha. Comecei a não falar, quando percebia que ninguém queria me escutar. Parei de demostrar minha alegria e vi que muitos ficaram felizes por não me verem sorrir. Tentei não me importar, mas o máximo que consegui foi fingir. Aos poucos estou caindo na real e percebendo que isso aqui não é um conto de fadas.”

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Realidade

Garotas se apaixonam pelo que ouvem, garotos se apaixonam pelo que vêem. É por isso que as meninas usam maquiagem e meninos mentem!

Só o amor sabe...

"Mas vocês são tão perfeitos juntos" disseram os amigos, "esse relacionamento não vai durar muito" disseram os pessimistas, "um fica traindo o outro" disseram os mentirosos, "eles não combinam" disseram os envejosos, "não vai dar certo" disse a distância, "eles são capazes de suportar tudo" insistiu o amor. ♥ 

domingo, 5 de agosto de 2012

O amor é assim...


Amor não combina com fraqueza. Existe um momento (que passa num piscar de olhos) em que a gente deve decidir se abre a porta ou se deixa a campainha tocar insistentemente. Já perdi algumas oportunidades cor de rosa. Acho que eu devia ter me dado algumas chances. E ter esticado a mão para o amor.
Hoje não me pergunto como teria sido, porque a gente não deve viver pensando no que deixou. Ou no que ficou em um passado que parece tão distante. Mas volta e meia penso: por que a gente tem esse medo todo?
O amor não morde. O amor não assusta. O amor não dói. Eu achava que as coisas eram diferentes, que amor dava frio na barriga, insônia, congestão nasal, que arrancava pedaço, que deixava a gente nas nuvens, que era um susto sem fim. Não, o amor não é nada disso. A paixão nos provoca uma série de sofrimentos. E traz aquela sensação de borboletas no estômago. A paixão é um comportamento adolescente, que se emburra e devolve os presentes, que bate porta, que se acha grande coisa, que quase mata no grito, que dura uma semana ou duas.
Tem muita gente que pensa que ama. Não sou ninguém para julgar o amor dos outros, longe de mim. Mas o amor, o amor mesmo, o amor maduro, o amor bonito, o amor real, o amor sereno, o amor de verdade não é montanha-russa, não é perseguição, não é telefone desligado na cara, não é uma noite, não é espera. O amor é chegada. É encontro. É dia e noite. É dormir de conchinha. É acordar e fazer um carinho de bom dia. É ajuda, mãos dadas, conforto, apoio. E saco cheio, também. Porque de vez em quando o amor enche o saco. Tem rotina, tem manhã, tarde, noite, tem defeito, tem chatice, tem tempestade. Mas o céu sempre limpa. Porque o amor é puro como o azul do céu.

A saudade que deixei de sentir!

Hoje eu não sinto mais saudade de você. Não estou dizendo essas palavras para te atingir, me vingar ou fingir que não estou mais nem aí. Só não sinto mais saudade de você. Antes aquela saudade me consumia, fazia meus olhos encherem de lágrimas, fazia meu coração tremer. Hoje tudo isso passou. Procuro no passado o que me fez te querer tanto. Não acho. Você continua bonito, engraçado e sedutor. Mas não vejo mais graça nisso tudo. Não me abalo mais com tanto poder de sedução. O encanto acabou, a magia se partiu, tudo ficou bem terminado aqui dentro. Isso antes me entristecia, hoje me deixa com olhar de paisagem. Não sinto nada. Nem seu cheiro sinto mais. Antes, fechava os olhos e conseguia sentir seu perfume. Passou. Meu Deus, eu achei que nunca ia passar! Pensei que meu sofrimento jamais teria fim. Mas teve. Um fim bonito. Um fim que não deixa nem saudade.

Bem Casado é Quem bem vive!


O casamento mexe com qualquer mulher. Sempre ouvi aquele ditado "bem casado é quem bem vive" e acredito nele. De que vale um papel se a vida a dois é monótona? De que vale um contrato se a rotina é cansativa? De que vale uma aliança no dedo se não existe olho no olho?
É claro que eu sempre quis casar vestida de noiva. Mas, sabe, os sonhos vão trocando de roupa. E de vestido. E de sapato. E de penteado. E de brincos. E de maquiagem. Com 15 anos, eu sonhava em descer as escadas vestida de noiva. Então, meu pai entraria na igreja de braço dado comigo. Eu tentaria chorar de lado, com cuidado, para não borrar o rímel e não estragar o make. Muitos convidados na igreja, o padre falando da saúde e da doença, da riqueza e da pobreza, da alegria e da tristeza. E a gente dizendo sim, sim. Depois, uma festa de arromba. Música, champanhe, dança. Pés cansados, coração feliz.
Eu tinha 29 anos quando saí de casa. Sem descer a escadaria vestida de noiva. Uma parte de mim saiu de casa. Parte das minhas roupas saíram de casa. Ficava o final de semana fora. E alguns dias no meio da semana também. Um tempinho depois, achamos um apartamento que era a nossa cara. Fui até a casa dos meus pais e peguei o resto das minhas coisas. Naquele dia, no meu ex-quarto, eu e minha mãe choramos. Era a despedida. Era o encerramento de um ciclo. Era um começo pra mim. Para a minha nova vida.
Não é fácil ser adulta, pagar as contas, pagar pra ver, começar sem pai nem mãe. A gente se sente engatinhando de novo. É claro que quem mora sozinho desde cedo não sente isso. Mas eu senti. Na minha ex-casa, não precisava me preocupar com roupa limpa, com quem ia fazer o jantar, com o produto de limpeza que terminou, com o interfone que não está funcionando. Na minha ex-casa, as paredes não eram da cor que eu queria, o vaso da sala não tinha o meu jeito, os pratos da mesa não fui eu que escolhi. Na minha casa, se eu não faço, peço ou compro comida eu não como. Se eu não abro a janela ela permanece fechada. Se eu não lavo a louça a pia vai enchendo. Se eu não arrumo a cama ela permanece desarrumada. Não é fácil tomar decisões sozinha, mas é bom. É bom a gente caminhar com as próprias pernas. É bom a gente decidir qual caminho seguir. É bom a gente não ter que dar satisfação. É bom a gente poder ser a gente mesmo. É bom ser dono do próprio nariz. Com todos os prós e contras que isso traz.
Sonhava em sair de casa para casar. Saí de casa para morar junto. E foi muito bom morar junto. É muito bom morar junto. É claro que o dia a dia traz atritos. Traz desgaste. Traz chatice. Traz incomodação. Ei, ontem fui que limpei o xixi da cachorra, hoje é a sua vez. Ei, coloca a toalha para lavar. Tem que comprar mais pão. Pagou a conta de luz? Poxa, eu já pedi pra não fazer barulho enquanto eu tô trabalhando. Por favor, cuidado, não bate a porta. Essas coisas são pequenas perto do todo. Perto do amor de verdade. Perto do alívio que a gente sente ao deitar e pensar meu Deus, eu achei o amor da minha vida. E ele não é um príncipe. Ele é real: tem bafo de manhã, molha o tapete do banheiro, acorda descabelado, erra, tem defeitos, suja a pia do banheiro, de vez em quando faz xixi fora do vaso, mas é atencioso, carinhoso, amoroso e todos os outros osos que um príncipe real precisa.
Foi muito bom morar junto até agora. E vai ser muito bom morar junto até o final do mês. Então, a gente vai casar. A gente vai casar porque o amor sentiu necessidade dessa sensação do "pertencimento", de oficializar, de celebrar. Assinar aquele papel na frente do juiz. Colocar a aliança no dedo. Comemorar com a nossa família. Acrescentar o sobrenome dele ao meu nome. O vestido não vai ser Vera Wang, como o da personagem do filme "Noivas em guerra" (lindo de morrer!). Mas vai ser um vestido off-white muito lindo. Não vai ter buquê, chuva de pétalas de rosas, nem um carro escrito recém-casados. Mas vai ter realidade e amor. Então, a gente vai casar no civil. Uma cerimônia íntima, simples, mas linda. Cada detalhe está sendo pensado para ser um dia inesquecível. Depois, teremos mais um dia inesquecível. Dessa vez será em Paris, onde faremos nosso casamento simbólico. Mas não vai ter padre, nem igreja. Mesmo porque o sim a gente já disse faz tempo.

Não basta!


Escrevo para você, que se sente sozinha. Que quer despertar com um beijo de bom dia. Que de vez em quando sente medo e não tem quem abraçar. Que quer alguém para dormir de conchinha. Que, por mais que tenha amigos, carreira e sonhos, não tem um amor.
Quero te dizer que não precisa ter inveja da sua colega de faculdade, da sua amiga de infância, da vizinha ao lado, daquela moça bonita que outro dia andava de mãos dadas com aquele moço bonito. Você não precisa se sentir deslocada por ir ao cinema sem namorado. Nem por almoçar ou jantar sem ninguém do outro lado.
Escrevo para você, que sente uma ponta de inveja ao ver sua amiga que está namorando feliz. Que sente um leve recalque por ter visto sua colega da primeira série vestida de noiva. Que não consegue esconder que também queria que o final feliz pulasse dos finais dos filmes para a (sua) vida real.
Quero te dizer que ter um amor não basta. Assim como ter um corpo em dia não basta. Assim como ser reconhecida no trabalho não basta. Assim como ter um cabelo que não arrepia em dias chuvosos não basta. Assim como realizar todos os sonhos do mundo não basta. E nunca, nunca vai bastar. A gente quer mais, sempre mais. O pouco não contenta. O mais ou menos não convence. O alguma coisa não enche a barriga, o coração, os poros, a vida.
Escrevo para você que acha que ter um namorado resolve todos os problemas do mundo. Não se engane, por favor, não se engane. É claro que existe companheirismo, cumplicidade, tesão, amor, amizade, parceria, admiração. É claro que existem todos os prós do mundo. Mas também existe briga, cara feia, troca de farpas e o lado sujo daquilo que a gente sempre quis um dia. Existe a chatice, o egoísmo humano, os defeitos em luzes neon piscando pela cidade.
Quero te dizer que muito mais importante que ter alguém é ter paz. Muito mais importante que ter alguém é saber lidar com você mesma. É se gostar, se curtir, se suportar, se superar todo dia. É gostar do que vê e do que não é visível aos olhos. É engolir e sorrir para a própria companhia. Muito mais importante que ter alguém é estar todo dia verdadeiramente apaixonada pelo “alguém” mais importante da sua vida: você mesma.

As feridas demoram para cicatrizar!

Não sei até quando você vai ficar na minha vida. Acho que algumas pessoas cruzam nosso caminho para nos mostrar o quanto somos fortes. E eu sou, eu fui, eu vou ser (ah, eu vou!). Lembro do gosto de cada lágrima que chorei, assim como lembro da dor de cabeça de cada ressaca que tive por ter bebido demais pra tirar você do pensamento. Não sei porque a gente tenta beber para esquecer. Beber na fossa implica ficar longe do telefone, segurar os dedos para não enviar nenhuma mensagem de texto, segurar os pés para não sair correndo e fazer alguma besteira que sempre traz um arrependimento azedo.
A gente tinha quase tudo pra ser feliz. Eu tinha um ideal entre os dedos, um romantismo que até hoje não me deixou, um punhado de esperança que desse certo e a certeza de que queria você. Você tinha uma ideia a meu respeito, uma inocência que até hoje não te deixou, umas atitudes sem cabimento e a certeza de que me queria enquanto eu fizesse o que você achava certo.
Acho que a maioria das relações não dão certo porque temos a péssima mania de idealizar o outro. Mas ninguém é príncipe ou princesa, ninguém está aqui atuando em um filme bobo de amor. O dia a dia não tem tanto encanto nem mágica nem sonho nem beijos cinematográficos. O dia a dia é realidade, é defeito, é incerteza. E eu queria fazer tudo para agradar você, tudo, tudo, tudo. Eu fiz tanto que até esqueci de mim, me perdi no meio de tanto querer, derrapei feio, me quebrei inteira e no fim das contas pensei peraí-quem-sou-eu?

Você queria que eu fosse como você sonhava. Só que nossos sonhos não deram as mãos, não se atraíram, não se olharam, não se quiseram. E tivemos que lidar com isso, com as neuras, paranóias, tivemos que lidar com o deslizamento, com o terremoto, com o furacão. E você não teve coragem pra lutar, pra arregaçar as mangas e trabalhar, se sacrificar por alguma coisa, porque você nunca se sacrifica por nada nessa sua vida. Você acha que as coisas precisam cair no seu colo com um laço de fita bonito. Mas as coisas não são tão bonitas assim e nem sempre faz sol e céu azul.
Minha vida ficou nublada sem você e sem nós. Mas será que existiu um nós realmente ou foi tudo coisa da minha cabeça? O nós existe quando os dois fazem questão que ele exista. E sobreviva. E se sustente com o passar dos dias. Mas nada disso aconteceu, seu ego é maior, seu orgulho é maior, seu egoísmo te engole e te mastiga lentamente. E eu perdi o amor-próprio, o juízo, a vergonha na cara e te pedi tantas vezes por-favor-fica-comigo e você nem sequer me olhou nos olhos, você nem teve a capacidade de conversar me encarando, com decência, com honestidade, com carinho. E isso me doeu por tantos dias, tantos meses. Essas coisas todas me corroeram por dentro feito ácido que destrói. E fiquei completamente perdida, rasgada por dentro. E demorei pra me reconstruir e ajeitar de novo todas as coisas na minha vida e na minha história. E ainda penso em você. Não com saudade nem com vontade. Mas como uma coisa que me machucou demais. Porque as feridas demoram muito pra sarar.

Aquelas coisas que ninguém nos conta!


Não importa a sua idade, o que você já viveu, se o seu nome está limpo na praça e quanto a balança da farmácia acusa toda vez que você sobe nela. Uma coisa é certa: toda mulher já idealizou um amor. Na verdade, acho que todo mundo já teve lá suas fantasias. 

Homens e mulheres já pensaram nas qualidades que gostariam que suas mulheres e homens tivessem. Quero um cara que me entenda, que me ouça, que tenha alguma beleza, que use cintos decentes, que não ajeite a cueca no meio da rua, que saiba falar italiano e que goste de arte. Quero uma mulher que tenha bons peitos, saiba fazer sushi, goste de rock, curta um filminho pornô e saiba rir. Cada um idealiza de um jeito. Até que a realidade bate forte na nossa porta.

É claro que eu tinha sonhos e uma lista extensa. Queria que fosse moreno, tivesse olhos claros, fosse alto, tivesse braços fortes, soubesse cantar, me fizesse rir, gostasse de cachorro, soubesse cozinhar, fosse carinhoso, atencioso e me escutasse. Meu marido não é igual a essa lista, ou seja, ele não é o marido dos sonhos. É moreno, tem os olhos claros, tem a minha altura, tem braços fortes, não canta, mas toca violão e guitarra, me faz rir, passou a gostar mais de cachorro depois de me conhecer, não sabe cozinhar, mas prepara ótimos drinks, é carinhoso, atencioso e me escuta. De vez em quando. É que ele pertence ao gênero masculino, ou seja, não consegue prestar atenção em tudo que eu digo, pois falo rápido e mudo de assunto a todo instante. Apesar disso, sei que ele tenta me acompanhar. Além disso, ele é dono de um humor que chega a me assustar de tão bom. Juro que nunca vi pessoa mais bem humorada. Mas ele também é ranzinza, cheio de manias, meio mimado, gosta de tudo do jeito dele, rói as unhas e tem mais um monte de defeitos. É que ele é de carne e osso, é gente. E gente é assim, se é que você me entende.

Crescemos com uma ideia na cabeça. A vida inteira é assim, até que a gente se depara com o amor. E agora? E agora você abandona tudo que achou, tudo que sonhou e começa a sonhar junto. É muito mais legal, muito mais excitante, muito mais divertido, muito mais perigoso. 

O amor não tem fórmula, mas eu acho que o amor tem que fazer rir, tem que ter graça. A graça tem que entrar na hora em que as coisas ficam mais pesadas, mais sérias, mais sem saída. É que nem sempre tudo é bom e caminha bem. O amor  de vez em quando anda na corda bamba. Ele tropeça, quase cai, mas fica em pé. Porque ele precisa ser trabalhado, não basta amar e pronto. O amor tem rotina, tem ronco, tem louça suja, tem conta que vence, tem tapete do banheiro molhado, tem tampa da privada levantada, tem bagunça no meio da sala, tem roupa pra lavar, tem cocô do cachorro pra juntar, tem ciúme, tem briga, tem sujeira, tem toalha molhada na cama, tem comida no forno, tem copo vazio na mesa de centro, tem discussão por besteira, tem calor, tem frio, tem sede, tem fome. 

Amar não é nada fácil, apesar do amor ser simples. O amor é construção. E é justamente por isso que a gente deve esquecer tudo que aprendeu, tudo que imaginou e começar do zero. E recomeçar todo santo dia. Porque o amor é isso: um eterno recomeço. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Dá pra ser amiga do ex?


A data de aniversário dele forma os dígitos da sua senha do cartão de crédito. Seu pijama favorito é aquela camiseta velha, do dobro do seu tamanho, que ele esqueceu na sua casa. Você tem guardado na sua memória olfativa o cheiro do pescoço dele, e consegue evocá-lo várias vezes ao dia quando a saudade bate. O jeito como afina o violão, como estaciona o carro, como mistura as proporções de leite com café, mostarda e ketchup,  você usurpou dele. Aquele livro, inspiração pra vida, foi ele que te presenteou. Aquela banda que não sai mais do seu iPod, foi ele que te apresentou. Aquele filme que você se esvaiu de chorar as 13 vezes que assistiu, foi ele que baixou no seu computador. Tudo o que você quer dizer ele consegue capturar com um olhar. O jeito como você transa, como se esparrama na cama ao seu lado depois de um orgasmo, como derruba levemente a cabeça para a direta enquanto o beija, como se aproveita para apoiar no espacinho entre o ombro e o pescoço dele quando o abraça levemente embriagada é ele, é tudo ele. É tudo dele.
Aí, um dia, o seu relacionamento termina, e tudo o que você tinha como chão se desaba. Quando isso acontece, a gente se tenta se livrar do ex com a mesma aspereza de quem pisa numa bituca de cigarro. Espera esquecer suas lembranças jogando fora aquela caixa cheia de tickets de cinema e ingressos de shows que vocês viram juntos, também se livra daquela rosa, já seca, que ele te deu quando você foi conhecer os pais dele, e daquele chumacinho de cabelo que você tinha guardado quando ele raspou a cabeça ao entrar na faculdade. Rasga todas as fotos em que ele está presente. Queima todas os cartões, bilhetes, post-its, recados em folha de cadernoe papel de bombom que possuem a caligrafia dele. Despacha todos os CDs e DVDs que ele tinha te “emprestado”. Deleta o número do telefone de seus contatos, exclui do facebook, bloqueia no twitter, coloca o email dele na lista de spam. Na maioria das vezes é assim. Eliminamos aquela pessoa de nossas vidas para que com ela partam junto todas as dores e memórias ruins daquele relacionamento. Tentamos nos livrar dele, tirá-lo de nosso corpo, pra nos livrarmos do sofrimento de ter que conviver com a sua ausência.
Nenhum término é fácil. É claro que precisamos passar por todas as fases do luto, negar, xingar, ficar com raiva, se deprimir para aí então superá-lo. Mas acredito que pessoas (aquelas que são importantes mesmo) não são descartáveis. Não vejo sentindo em extinguir bruscamente uma pessoa que foi tão significativa, que ajudou a construir quem você é, como se riscasse um item de uma lista de compras. Muitas vezes não conseguimos nos desfazer de um vestido velho que não usamos mais, porém, na maioria das vezes, quando um relacionamento acaba rejeitamos o ex de vez da nossa vida. Queremos tirá-lo do nosso coração, mas acontece que quando se elimina alguém assim tão marcante de nossas vidas, um pedacinho nosso vai embora junto com essa pessoa.
É claro que não dá pra manter o contato com o ex da noite para o dia. Bancar o “amigo” só para ficar por perto esperando o momento de uma recaída: isso é autoenganação, é autoflagelo, é confundir ainda mais os sentimentos de uma relação já desgastada. É preciso de um tempo para acalmar o coração, para separar passado de presente, para o seu cérebro entender que aquela chavinha de liga/desliga da paixão está em mode off pra tal pessoa. Todo fim precisa ser aceito (por ambas as partes) em nome de uma amizade. Acredito que sentimentos tão fortes – como o amor – não somem assim do nada. Eles sublimam, se transformam. Podem até se transformar em raiva por determinado tempo, mas acho que isso é passageiro. Quando a gente ama/amou alguém, a gente se importa, e isso nunca muda. Não tô falando de virar melhor amigo do seu ex, mas de manter um contato, de querer saber como a vida dele anda, de se sentir bem por suas conquistas. Depois de um tempo, essa sublimação de sentimentos entre ex-namorados torna-se o afeto entre dois antigos conhecidos com aquele ar de intimidade.

Que me perdoem as burras,mais inteligencia é fundamental!!


Ela é capaz de levantar uma Kombi com as coxas bombásticas e possui seios tão melônicos que parecem estar sempre na iminência de esguichar silicone pelos mamilos. Ela passa rímel nos olhos antes mesmo de passar manteiga no pão, ou melhor, antes de pincelar cottage light no pãozinho integral. Ela faz biquinho de pato e passa horas tirando fotos em frente ao espelho, espelho dela, pra depois compartilhá-las no Facebook pra pessoas avaliarem. Ela nunca leu nada além de dietas, dicas para conquistar uma barriga sequinha em uma semana e tabelas nutricionais de alimentos funcionais. Na verdade ela só conhece o nome de um livro, O Pequeno Príncipe, memorizado com muito custo para evitar silêncio total nas perguntas dificílimas do concurso Miss Umbiguinho Brasil. Ela provavelmente sofreu uma inundação de botox no cérebro e hoje, burramente acha que todos os homens do mundo só precisam de um corpo perfeito pra alcançar a felicidade suprema, mas se esquece que bunda não conversa, que peitos não fazem companhia, que as coxas não têm ouvidos e que a estética sozinha, não sustenta a vontade de estar ao lado de alguém apenas esperando o sol nascer mesmo quando ele insiste em demorar.
É lógico que eu amo e constantemente vejo-me hipnotizado por essa dádiva nacional chamada bunda. Arrisco até dizer que sou faixa preta na arte de apreciá-las com discrição e sem óculos escuros, mas essas obras de arte rebolantes precisam de muito mais do que duas bandas e um orifício proibido para construir e perpetuar algo chamado relacionamento – pelo menos para os homens que encaram esse tipo de laço como parceria de evolução contínua e uma oportunidade de aprendizado mútuo, em vez de encará-lo apenas como uma maneira rápida e prática de saciar o apetite sexual.
Os homens amam peitos e bundas, mas a estética sozinha não sustenta nem uma conversa de boteco que se estenda por mais de uma hora. Não é novidade que os homens são seres de extremo apelo sexual e potencialmente cegos pelo tesão, mas isso não significa que gostamos de passar horas e horas fingindo interesse e sorrindo diante do papo broxante das mulheres fúteis e ocas, apenas para no fim da noite enfim calá-las com um boquete mordaça que deveria durar anos de silêncio. Nem a acéfala cabeça roxa de nosso pau merece passar uma noite toda escutando os nomes de todos os tons de esmalte existentes na galáxia, ouvindo as fantásticas minúcias da dieta dos pontos ou aprendendo as divertidíssimas peculiaridades metabólicas dos treinos de Leg Press.

“Você não precisa de peitos maiores, precisa ler livros melhores.”
Não estou dizendo que toda mulher precisa ter um Q.I igual ao do Einstein para ser boa companhia ou que o casal, para divertir-se, precisa resolver equações de física quântica enquanto espera a pizza chegar. Não é nada disso, apenas valorizo muito o poder que algumas mulheres têm de nos fazer desejar que a conversa nunca acabe, gerando uma vontade súbita de matar o garçom quando este vem à mesa avisar que o bar já está fechando. Tudo isso porque às vezes só queremos continuar ali, ouvindo o que ela tem a dizer e agradecendo por esse papo de fluência natural e diferente de muitos outros que escutamos com a cabeça nas nuvens, contando os segundos para fechar a conta e abrir o mecanismo do sutiã dela.
Essa vontade de prolongar a conversa entre doses e porções de batata frita não quer dizer que não estejamos morrendo de tesão por ela e loucos para rasgar-lhe a calcinha em plena praça pública, afinal, a testosterona nunca deixará de correr em nossas veias. No entanto, mulheres inteligentes, interessantes e cativantes com toda certeza fazem os meios enaltecerem os fins, nos fazendo desejar noites com maior número de horas, pois mesmo o casal mais ninfomaníaco do mundo precisa de uma boa conversa enquanto espera o próximo round.
Agora me dêem licença, irei à livraria para ver se encontro um ser dessa espécie feminina fantástica, pois na academia eu cansei de conhecer mulheres deliciosas que me fizeram admirar a genialidade e reconhecer o repertório vasto dos meus hamsters.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Intimidade

"Não é o cinema acompanhado, as noites de sábado com programa garantido, o sexo quando der vontade. Não é ter alguém pra chamar de seu, não são as mensagens de bom dia, muito menos alguém pra quem comprar presente no Dia dos Namorados. Suspeito que o que as pessoas tanto busquem quando dizem que estão procurando um amor é a tão querida intimidade. Aquela coisa de querer dividir vontades, revelar segredos, contar coisas que você não contaria pra qualquer um. Intimidade é abrir a porta para o seu íntimo e deixar que o outro mergulhe nessas águas profundas e, muitas vezes, turvas."